Cozinha - 02/09 - Por Museu do Imigrante
Esfera de metal interligada à haste em metal.
A haste possui extremidade em madeira, para acomodação da mão.
Centralmente, a esfera possui uma tampa circular presa por uma tarracha. Essa tampa pode ser puxada para o acesso à abertura onde são colocados os grãos. Devido à oxidação a tampa está presa.
A esfera está amassada.
Circunferência: 86 cm
Comprimento: 75cm
Diâmetro: 27,3cm
O torrador funcionava por meio da colocação dos grãos de café dentro da esfera.
Então, era levado ao fogo, e a manivela permitia que fosse girado lentamente, a fim de se obter uma torra uniforme.
Torrador de café, uma das antiguidades muito utilizadas desde o Brasil Colônia, até meados de século XX; em diversas regiões do Brasil.
Ele era um utensílio muito presente nas cozinhas das nonas, que torravam o café no torrador, aquecido pelo fogo do fogão a lenha, que impregnava o ambiente, com o perfume dos grãos e com o forte cheiro da fumaça. Havia outras opções mais rudimentares que tinham o mesmo objetivo.
Após ficar aproximadamente 40 minutos no recipiente, os grãos eram resfriados e posteriormente moídos, em pequenas porções em moinhos manuais. O pó do café era colocado no mancebo, que recebia a água fervente adoçada com a tradicional rapadura.
O ponto ideal da torra do café se baseava na coloração da fumaça exalada e do odor característico dos grãos. O barulho incomodava; além de esquentar muito quem manipulava o artefato, mas era a garantia da bebida quente tão apreciada pelos brasileiros.
O artefato era confeccionado de metal e madeira, em formato esférico, movido por uma manivela, que girava lentamente os grãos, em movimentos circulares, para evitar que eles ficassem queimados; além de garantir uma torra uniforme.
O recipiente esférico que tinha contato com o fogo, era ligado à manivela em aço, que ao final dela tinha uma proteção madeira, que o fazia girar. A proteção era de madeira para evitar o aquecimento; além da proteção das mãos de quem a movia.
O utensílio possuía uma haste, que servia para abri-lo para colocação dos grãos; além do fechamento da bola, com o objetivo de prender os grãos a serem torrados.
A bola tinha como sustentação uma panela redonda, sem fundo, para garantir que o fogo tivesse contato com a esfera que girava. A panela colocada na trempe do fogão era segurada por uma haste. Outra haste era ligada à esfera para movimentação, enquanto a da panela era segurada para mantê-la sobre a chama do fogo.
Os torradores de café passaram por diversas transformações até chegar ao modelo esférico tão utilizado no Brasil, que perdeu sua função sendo substituído por moedores elétricos e mais rápidos, que são encontrados nas modernas cafeterias.
Fonte:
Torrador de café (foto fonte www.anosdourados.blog.br/2013/03/imagens-velharia-torrador-de-cafe.html)